quarta-feira, 19 de maio de 2010

BAIXO MÉIER


Arena revitalizada aos que transviados, perfazem-se! Teatro periférico exposto às óticas e digressões desvencilhadas de verdades esteticistas e autônomas, marginadas na bela urbe anacrônica. Deveras, loucura esvoaçada e determinismos ausentes nessa prosa escrita por quem àquele piso, de pedras portuguesas, recorria nos meses nus de insônias e incertezas.
Já passara pelas tardes de xadrez. Perdeu-se, ganhou-se. No entanto, também beijou-se durante décadas - nessa praça incisiva -, mais de oito, dez ou seis. Pois o circo triste neste estudo é inferido. Apresenta-se num espetáculo indefinido, inclinado à imperfeição de desvarios, sem que o dê alguma fé; sem que no jogo da habitual capoeira, roqueiros se cortem, todavia, na fogueira se queimem em TRANSA e REZA FORTE! O McDonald´s aglutina um “bom metal” de ricos e pobres. Ninguém corre! System of a Down, Ratos de Porão, Sheik Tosado, Planet Hemp, Sepultura e Ozzy Osbourne. Não esquecendo do reggae, do “back”, The Wailers... Saudoso Bob Marley! Contanto, o sustento do mundo está naquele viés. Donde és? És prole do Méier que se repensa à posteriori. Sobretudo, o caos não há de parar, sendo que o show deve continuar!
Eu me sortia ao veneno agnóstico da aurora local, e sonhava virgem entre os panos, pêlos, buscando intransponíveis similitudes em seus variados cantos. Mas a incompreensão rebateu! Mas nos subúrbios da Central, lamúrias cometeram uma tela sórdida, uma dor insólita, e eu, um tanto quanto abstrato, vinha ao passeio público vestido por costureiros badalados. Méier, panorama dinâmico e ateu! Mas na vida, na luta, na porra-louquice, na pala, na curva, fodeu!

*ESSA É A HISTÓRIA DA MINHA VIDA, OU APENAS O DESABAFO DE UMA ÉPOCA.

(RODRIGO DE OLIVEIRA - 2004)

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